quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sinais de alerta na Gravidez

O texto está em brasileiro, mas pareceu-me bastante completo:

Sangramentos
É importante avisar o médico para ele descobrir, por meio de um ultrasom, a causa. Informe a cor e a quantidade de sangue, porque essas características determinam o tratamento e sua urgência. "É comum a origem desse sangramento ser uma deficiência de progesterona, hormônio essencial no início da gravidez para a fixação do óvulo fecundado no útero. Às vezes, a mulher ainda nem sabe que está grávida e pode confundir o sangramento com uma falsa menstruação. Por isso precisa avisar logo o médico", explica Rosa Ruocco, chefe do ambulatório de pré-natal do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Foi o que aconteceu com a ginecologista Patrícia. "Apesar de eu ser a especialista, meu marido, com a ansiedade de querer ser pai, foi quem desconfiou da possibilidade de eu estar grávida", conta ela. Patrícia confirmou então no médico a gravidez e a deficiência hormonal que levava ao sangramento. Entrou em repouso por dois meses, tomando progesterona. "Depois desse período, meu organismo se equilibrou e minha gravidez foi supertranqüila", diz. A conduta recomendada resolve a situação em 80% dos casos de implantação inadequada do ovo na parede do útero ou seu descolamento. "Algumas vezes", lembra Rosa Ruocco, "a carga genética do feto não é boa e o próprio organismo não deixa a gravidez ir adiante. Nesse caso, o sangramento acaba em aborto, e não há nada que a mulher e o médico possam fazer." Situação semelhante, segundo ela, ocorre na gravidez ectópica, que significa fora do lugar. Sem força para chegar ao útero, o ovo se aloja em uma das trompas, provocando também sangramentos. "Aí não há chance de a gravidez seguir em frente. Recomenda- se sua interrupção para não causar prejuízos à saúde da mãe", explica a médica.

Dor abdominal
Não confunda com cólicas intestinais. Estas podem ocorrer nos meses iniciais da gestação por conta do funcionamento mais lento do organismo. A sensação que provocam é a de que algo está sendo torcido no meio da barriga. A dor à qual você deve ficar atenta é parecida com a da cólica menstrual e merece cuidados quando é forte e contínua. Isso porque ela pode surgir num dia em que você fez muitas atividades físicas. Quando é assim, você descansa e a dor passa. No outro caso, não, e significa que o útero está sofrendo contrações indesejáveis, que podem resultar num aborto ou num parto prematuro. Avise imediatamente o médico para descobrir a causa. O tratamento costuma ser feito com antiespasmódicos e repouso.

Vômitos contínuos
Algumas mulheres enjoam e vomitam nos primeiros meses da gravidez, sintomas que os médicos costumam atribuir a fatores hormonais ou psicológicos. Mas eles se tornam sinais de alerta quando o quadro é contínuo: a náusea é quase permanente e os vômitos se repetem após todas as refeições, caracterizando a hiperêmese gravídica, que atinge menos de 0,5% das grávidas. O perigo dessa situação é o desenvolvimento do bebê ser prejudicado por uma deficiência de nutrientes na gestante. Esse risco é combatido com medicamentos contra náuseas por via oral ou intramuscular, dieta especial e suplementos alimentares. Às vezes, os vômitos surgem apenas por problemas gástricos, mas merecem atenção e tratamento da mesma forma, porque podem comprometer a nutrição da mãe.

Febre acima de 38 graus
Febre é sempre sinal de infecção. "Durante a gestação, as defesas imunológicas da mulher diminuem, o que a torna mais sujeita a infecções", alerta o médico Guilherme Loureiro Fernandes, responsável pelo setor de medicina fetal e gestações de alto risco da Maternidade Neomater, em São Paulo. Dependendo da origem da infecção e de sua gravidade, ela pode levar ao abortamento no primeiro trimestre ou ao trabalho de parto prematuro no segundo e no terceiro período da gestação. "A febre resulta, na maioria dos casos, de problemas como resfriados que, controlados, não trazem malefícios à gravidez. Mesmo assim, o médico deve prescrever o tratamento para que ele não ofereça riscos ao bebê", ressalta Fernandes.

Dor ao urinar
Também é sinal de infecção. Exames de urina vão descobrir se é apenas uma cistite - infecção na bexiga, fácil de ser curada - ou uma pielonefrite - infecção no rim, tratada geralmente com antibióticos. Para prevenir, beba bastante água e não deixe de ir ao banheiro quando sentir vontade. Pela mesma preocupação com infecções, avise seu médico se tiver diarréias.

O bebê não mexe
Por volta do quinto mês da gravidez, você deve começar a sentir os movimentos do bebê. Se o ritmo diminui muito ou você pára de sentir essa movimentação, avise rapidamente o médico. Ele ouvirá os batimentos cardíacos fetais e, a partir daí, poderá verificar se o bebê pode estar recebendo menos oxigênio do que seria normal. Quando isso acontece, o pouco que ele recebe é direcionado para órgãos mais nobres. Os menos importantes, como a estrutura muscular, se ressentem e por isso a criança se mexe menos. Doenças como diabete e hipertensão podem levar a essa má oxigenação que, prolongada, causa a morte do feto. Mas lembre-se de que os bebês também descansam. Algumas horas quietinhos não significa nada. Experimente estimular a criança, empurrando sua barriga com as mãos de um lado para o outro. Se ela estiver bem, vai reagir e se mexer. Segundo os especialistas, a falta ou a redução dos movimentos fetais por 12 horas consecutivas é um sinal de perigo. Como para alguns médicos esse período é de oito horas, o recomendável é você tirar a dúvida com o seu obstetra.

Muito inchaço
Toda gestante incha um pouco, principalmente nos pés e nos tornozelos, e no final do dia. Mulheres que ficam muito tempo em pé ou sentadas tendem a inchar mais, e o calor também favorece os edemas. No entanto, quando eles atingem o corpo como um todo e não há melhora após períodos de descanso, o médico precisa saber para checar sua saúde. Hipertensão, problemas renais e até cardíacos, todos perigosos para a oxigenação do bebê nessa fase, podem ter como sinal de alerta o inchaço.

Contrações
Durante a segunda metade da gestação é comum as gestantes sentirem as chamadas contrações de Braxton-Hicks, descritas como uma pressão ou endurecimento da barriga. São consideradas normais. Se você deitar ou tomar um banho relaxante, esse tipo de contração passa. "Se isso não acontecer e a contração vier acompanhada de cólica semelhante à menstrual, continuando com uma certa freqüência, trata-se do trabalho de parto", explica o obstetra Alcides Vara, do Hospital Santa Joana, em São Paulo. Infecções e algumas causas desconhecidas podem levar o útero a começar as contrações antes da hora. Dependendo da maturidade do bebê, o médico pode optar por adiantar o parto ou segurar a gravidez com medicamentos até o bebê ter condições de nascer. O importante é agir rapidamente, como fez a oftalmologista Sandra. Na 32ª semana da gravidez, ela notou que as contrações que já vinha sentindo tornaram-se muito freqüentes. "Elas vinham de hora em hora. Avisei o médico e fui para o hospital, já em trabalho de parto", lembra. Não foi descoberta a causa da antecedência. Sandra ficou internada por dez dias, em repouso e tomando medicamentos para inibir o parto. As contrações passaram, Gabriel sossegou, amadureceu e nasceu na hora certa, com 39 semanas.

Sangramentos
Geralmente, nessa fase, estão relacionados com o descolamento da placenta, provocado por problemas hormonais, hipertensão, abortos anteriores, cesáreas repetidas e multiparidade (quando a grávida já teve muitos filhos), entre outras causas. O parto deve ser adiantado para proteger a vida da mãe e a do bebê.

Corrimento marrom
Em pequena quantidade e mais escuro, não é urgente, mas deve ser investigado. Em geral, trata-se de um pouquinho de sangue que acabou se misturando com as secreções vaginais, o que não é indício de problema mãe nem para o bebê. Mas também pode ser sinal de alguma doença ginecológica ou de um começo de dilatação do colo do útero, que deve ser bloqueada com medicamentos se o bebê ainda estiver imaturo para nascer.

Dores de cabeça bem fortes
São sinais de alerta de emergência quando acontecem na região da nuca, e mais perigosas quando acompanhadas de dor no estômago e visão turva. "Geralmente significam que a pressão da mãe subiu muito e ela pode ter problemas sérios como a eclâmpsia, que a leva a ter convulsões e a não suprir o bebê com oxigênio", explica o obstetra Alcides Vara.

Rompimento da bolsa
Um líquido transparente sairá de forma contínua pela vagina. Trata-se do líquido amniótico. Ligue para seu médico ou vá para o hospital. "Esse líquido tem efeito protetor sobre o bebê de até seis horas depois que a bolsa se rompeu", diz a obstetra Ruocco. Quando o bebê ainda não está maduro, podem ser necessários medicamentos para segurá-lo por mais semanas dentro do útero. Como o líquido continua a ser produzido pela placenta, a mulher deve ficar em repouso para mantê-lo. Se o bebê já estiver no tempo de nascer, o rompimento fará parte do trabalho de parto e vai acelerar as contrações para a expulsão do bebê.

http://revistacrescer.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,596616-2215-3,00.html

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