domingo, 23 de novembro de 2008

Como Dormir Bem!

Com base no livro "Método Estivill - Um guia rápido para os pais ensinarem os filhos a dormir"

Apenas um pequeno resumo do método apresentado no livro para vos dar algumas dicas! Não deixem de o ler na integra porque vale a pena!

Aos pais:

" Se o vosso filho não dorme bem, não é por vossa culpa, simplesmente ninguém vos explicou como devem fazer. Responsáveis só seriam se depois de conhecerem o método não o aplicassem devidamente.

Consequências de não dormir bem:

Em lactentes e crianças pequenas
- Irritabilidade
- Choro frequente
- Dependência de quem cuida deles, não sabem estar sozinhos

Em crianças em idade escolar
- Insucesso escolar
- Insegurança e timidez
- Mau carácter

Nos pais
- Cansaço
- Insegurança
- Sentimentos de culpa
- Acusações mútuas no casal
- Mudanças radicais na vida do casal
- Frustração perante a situação
- Sensação de fracasso e impotência
- Reacções agressivas

A fisiologia do sono e o relógio biológico:

Os recém nascidos têm um ritmo biológico ultradiano que dura 3 a 4 horas. Durante este periodo acordam, são lavados, comem e dormem, repetindo depois todo o processo.

Por volta dos seis meses os bebés adaptam-se a um ritmo circadiano, idêntico ao dos adultos. Quer dizer, a repetição sistemática de actividades deveria mudar cada 24 horas. Assim, ao chegar a noite deveriam dormir entre 11 a 12 horas seguidas (para além das possíveis sestas).

Cerca de 70% das crianças muda de ciclo sem dificuldade graças a um grupo de células do cérebro humano que funcionam como um relógio.

O resto das crianças precisa de pequenos estímulos que as ajudem a dar corda ao relógio. Os principais são:

- Reforçar o contraste entre:
» Luz (de dia) e escuridão (de noite)
» Ruído (de dia) e silêncio (de noite)
- Ajudar com as refeições para anunciar a hora de dormir.
- Ensinar o hábito de sono - mostrar à criança como pode conciliar o sono por si mesma.

Aprender o hábito de sono

Como se configura um hábito:

» Associando elementos externos ao referido hábito e repetindo sempre a mesma associação (para a refeição empregase sempre os mesmos elementos: cadeirinha, babete, prato, e colher).
» Mostrando uma atitude segura e confiante.

Como comunica uma criança?

» Realizando acções que procuram provocar a reacção dos pais.

Acções inadequadas da criança, ao deitar:

» Entre os 6 e os 18 meses: choro, gritos, vómitos, debater-se...
» A partir dos 18 meses (ja utilizam palavras): tenho chichi, quero água, conta-me uma história, tenho medo, dói a barriga...

As acções e comportamentos inadequados das crianças devem ser ignorados pelos pais para que não sejam reforçados. Por sua vez é preciso ensinar-lhes o comportamento adequado.

Como se ensina o hábito de sono?

Quando chega o momento de ensinar uma crinaça a dormir não se distingue entre o bebé e uma criança de quatro anos. Em todos os casos é necessário:

1. Preparar elementos externos. Excolherão pessoalmente os elementos que acompanharão a criança durante toda a noite:

» Um boneco (ex. o "Zézinho")
» Chucha se a usar
» Um cartaz com um desenho amigável ou um mobil que possa ver mas não tocar.

2. Fixar horários
3. Mentalizar-se. Adquirir uma atitude segura e firme.

Passo a passo:

a) O hábito da afectividade. Depois do banho e do jantar dedicarão 5 a 10 minutos a partilhar uma actividade agradável com a criança.
b) Uma vez no quarto, deitarão doce e serenamente a criança, e da mesma maneira repetirão a frase "Meu amor, o papá e a mamã vão ensinar-te a dormir sozinho. A partir de hoje dormirás aqui, no teu quarto, com o cartaz da lua, o móbil, a chucha e o Zezinho"
c) Se for necessário - se a criança chora desconsolada - realizam-se pequenas visitas para tranquiliza-la, não para adormecê-la, respeitando horários fixos entre cada uma das visitas."

in Estivill, E. 2004. Método Estivill - Dr. Eduardo Estivill - Um guia rápido para os pais ensinarem os filhos a dormir. Dom quixote.

Opinião pessoal:

Bem este método pode ser muito bonito no livro... na prática de certo imagino que deva ser extremamente complicado conseguir respeitar algumas regras... no entanto sabendo um bocadinho mais sobre a forma como as crianças nos conseguem manipular pode-se conseguir contornar essas comportamentos e mostrar formas positivas de crescerem(mos) todos saudáveis e em harmonia.

Aqui é importante reter que em tudo as crianças necessitam de regularidade, rotinas e repetição para se sentirem seguras. Como são capazes de prever o que vai acontecer sentem-se bem e respeitam as regras pois estas não se alteram só por haver birras ou choros...

Para pais de primeira viagem e até para todos os outros pode ser um desafio aplicar um método comportamentalista deste género mas acredito que para bem de todos vale a pena saber guiar as aprendizagens para que não nos deparemos com situações de frustração e insegurança da nossa parte que se vão refletir nas nossas crianças. É ter consciência que a capacidade manipulativa das crianças é algo extraordinário e pela acção-reacção somos nós que, se não estivermos atentos, acabamos por reforçar comportamentos inadequados.

Obviamente que para tudo isto há o bom senso e é nessa base que deveremos sempre agir com os nossos filhos. No fundo tudo isto para crescerem felizes e saudáveis. A maior prova de amor que podemos dar aos nossos filhos é transmitir-lhes segurança, confiança e consistencia só assim crescerão pautados por esses valores e poderão ser pessoas felizes e de sucesso. Não será sermos premissivos, deixar fazer tudo etc que lhes dará confiança mas sim torna-los-à exigentes mas inseguros.

Espero que este tema vos seja útil, este é um método, há com certeza muitos mais resta-nos aplicar o que identificamos como mais adequado à nossa vida e às nossa vivências.

Deixem as vossas opiniões!

2 comentários:

Pati disse...

O livro fala a partir de que idade aconselham as crianças a sormir no próprio quarto? Estou curiosa.

Cláudia disse...

Acho que não refere mas parece que pode ser desde sempre... apenas dorme no nosso quarto por dar mais jeito... uma amiga psicóloga diz que deve ser sempre antes dos 6 meses por causa da angústia de separação que a partir desta fase se fará sentir mais... coincide com o que o Dr. Estivill diz pois se estiver no nosso quarto nós tornamos-nos um "elemento externo" e não convém nada.... até me parece que a vida de casal voltará mais rapidamente ao 100% se o rebento estiver no respectivo quartinho... :)